domingo, 30 de agosto de 2015

As deidades no druidismo:









"O conceito atual de deuses/deusas em muitos casos não se encaixa à maioria das deidades celtas, que devem ser vistas como espíritos - do local, ou da natureza, ou de ofícios, não importa. A questão é que, para muitas pessoas, um espírito seria inferior a um deus ou uma deusa. Não é assim. Um deus ou deusa É um espírito."

O druidismo é uma religião politeísta e seus deuses e deusas não possuem hierarquias ou conceitos de dominância como se encontra na mitologia grega, por exemplo. Tampouco possuem um único atributo, como "o deus da guerra" ou "a deusa do amor". Os deuses dos diversos panteões celtas (praticamente cada tribo possuía um panteão próprio) têm múltiplas faces, atributos e características. Nenhum deles é totalmente bom ou mau, mas desempenham diversos papéis. Não são apenas bons ou apenas maus, mas possuem tanto potencial para o bem como para o mal. Não há a dicotomia de que estamos acostumados, mas sim o equilíbrio de forças negativas com positivas. Os deuses podem ser ao mesmo tempo benevolentes e cruéis: assim como uma chuva que cai sobre a Terra pode ser uma benção quando os campos estão ressequidos ou então uma desgraça quando causa enchentes e destruição. Como curiosidade, vale observar que muitas deidades associadas à guerra/batalha são femininas, enquanto que muitas deidades da fertilidade são masculinas.

Os deuses celtas apresentavam inúmeras diferenças com relação aos de Roma e da Grécia. Em primeiro lugar, não tinham aspecto físico, era impensável representá-los sob uma aparência humana. Todos sabiam que tratavam-se de puros espíritos. Senão, basta recordar o explodir do formidável riso do chefe gaulês Breno, por ocasião da tomada do templo de Delfos, quando ele se deu conta de que os deuses do Olimpo estavam ali representados por estátuas antropomórficas. O prestígio que a cultura grega tinham até então tido para ele não sobreviveu à constatação. Foi somente sob a ocupação romana que, para agradar ao invasor, os gauleses, que haviam se tornado galo-romanos, começaram e esculpir estátuas e baixo-relevos nos quais davam a suas divindades aspecto humano.

Os deuses celtas não viviam em comunidade, num habitat coletivo do tipo do Olimpo: eles dividiam entre si as grutas, os dolmens, os túmulos, as fontes, o interior das montanhas. O conjunto dessas moradas constitui o Outro Mundo, universo maravilhoso de felicidade e paz, que os irlandeses chamavam de sidhe. Aliás, os habitantes do sidhe não eram unicamente deuses e deusas. Todos os seres sobrenaturais faziam parte dele, inclusive os mortos. (...) para os antigos celtas, os falecidos iriam encontrar, num mundo melhor, as pessoas divinas, equivalentes a anjos e espíritos." (Yann Brekilien, celtista da Faculdade de Rennes)

Os deuses dos druidas são definidos de 3 maneiras:
- são os ancestrais do povo, divinizados ao morrer;
- são espíritos da Natureza e fenômenos metereológocos (rios, colinas, relâmpagos, chuvas, etc), bem como espíritos patronos de um ofício (das artes, do trabalho, etc);
- são seres poderosos que não possuem corpo físico (deuses literalmente)

Os druidas não adoram os deuses, procuram desenvolver com eles um relacionamento pessoal baseado em honra, amizade, reconhecimento e laços de hospitalidade, como fazemos com nossa família. Assim era com os celtas em tempos antigos, assim continua hoje entre os druidistas e druidas modernos.

OBSERVAÇÃO: Para quem leu aquele primeiro texto que eu publiquei sabe que aqui é relembrado alguns aspectos. Essa: ''não relação'' com os Romanos, podemos lembrar da rainha celta: Boudicca, onde ela e mais outras tribos, como os trinovantes, fizeram um levante contra as forças romanas que ocupavam a Grã-Bretanha em 60 ou 61 d.C. Durante o reinado do imperador Nero. Preciso passar o texto sobre ela no blog e depois eu posto aqui Emoticon heart Espero que vocês tenham gostado!
Texto publicado por: Andréa Guimarãe
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Mitologia Celta- Druidismo e Wicca:


Wicca Girl


Mesmo hoje em dia, com o druidismo cada vez mais difundido no cenário pagão, algumas pessoas ainda confundem essa religião com outra religião pagã bem popular, a wicca. Essa confusão se dá principalmente pelo fato de ambas apresentarem elementos celtas em sua filosofia. No entanto, apesar de seus praticantes conviverem em harmonia e não raramente dividirem um espaço sagrado ou um ritual, as duas religiões são bem diferentes entre si. Aqui vou abordar as principais diferenças e apontar algumas semelhanças.

O druidismo é uma religião politeísta, isto é, honramos diversos deuses e deusas. Não existe o conceito de deidade única, mas temos a Natureza como sagrada e mãe de tudo e, embora ela não seja uma deidade específica, ela é a fonte de toda a vida, de onde tudo veio e para onde tudo vai, inclusive os deuses e deusas. Aqui podemos traçar uma semelhança, pois a wicca também tem na sacralidade da Natureza um de seus pilares. A diferença é que, para os druidas, a Natureza é um conjunto das manifestações das diversas deidades, enquanto que, para a wicca, a Natureza é a personificação da Deusa, uma deidade única. Nas crenças wiccanas, as deidades são facetas da Deusa. No druidismo, os deuses e deusas são vistos como indivíduos com suas personalidades e afinidades próprias, únicas e separadas.

Na questão dos ritos e festivais anuais, a diferença também é grande. A wicca celebra a roda-do-ano com nomes de diversas culturas e de forma bastante cerimonial e vinculada ao mito de morte e renascimento do Deus, ao lado da Deusa que é mãe e amante dele. O druidismo celebra essas datas mantendo os nomes originais da cultura celta e não dá nome próprio às celebrações das estações - são chamados de solstícios e equinócios. Estes últimos muitas vezes são celebrados na forma de saraus e festas, em vez de rituais. Já os festivais celtas são ritos de honra e contato com os deuses.

A wicca tem uma forte ênfase na iniciação e todos seus praticantes são sacerdortes. Já no druidismo, temos druidas e druidistas, estes últimos são aqueles que não pretendem seguir o caminho do sacerdócio, mas são praticantes de druidismo. Os que pretendem seguir o sacerdócio recebem treinamento específico e recebem uma linhagem iniciática de acordo com a ordem ou grupo ao qual pertencem.

Imagem retratando Druida
Os druidas não traçam círculos como os wiccanos, mas realizam uma circumambulação - um movimento circular para a marcação de uma área sagrada em torno de um ponto central. A estrutura dos ritos de ambas as tradições é bem diferente também e não vou me ater a isso para o texto não se tornar longo ou efadonho demais, mesmo porque cada grupo/ordem tem uma ritualística bem própria.
Tanto a wicca quanto o druidismo buscam a reinserir o humano na Natureza. Buscam mostrar a seus praticantes que somos uma célula do corpo da Mãe-Terra e temos que honrar esse corpo e agir em sintonia com ele, pois é também nosso corpo.

E, não, o druidismo não é uma religião monoteísta e masculina (isso é um conceito errôneo usado no mesodruidismo, no século 18) e, não, a wicca não é uma religião apenas feminina, que admite apenas sacerdotisas. Ambas tratam os gêneros com igualdade e buscam sempre o equilíbrio entre os sexos e o equilíbrio dos aspectos masculinos e femininos em todos os seres.
Outra diferença importante é que o druidismo trabalha com o panteão celta exclusivamente, enquanto que a wicca trabalha com diversos panteões, algumas tradições chegando a misturar mais de um panteão em seus ritos. Mas creio que a diferença mais importante mesmo é que o druidismo é uma religião muito antiga - do tempos dos celtas pré-cristãos - e era a doutrina ensinada pelos druidas, tendo sido adaptada para os dias de hoje.

A wicca é uma religião nova, da década de 1950, criada por Gerald Gardner, que mistura elementos celtas, tradições do interior da Inglaterra, teorias de Margaret Murray, elementos da thelema, da maçonaria e da magia cerimonial. Apesar de Gardner ter apresentado a wicca como "o resgate da religião celta que havia sobrevivido oculta no interior da Inglaterra, transmitida oralmente por famílias de bruxos", sabemos que isso não é verdade: a religião celta é o druidismo.

Finalizando, ressaltamos que ambas as religiões, mesmo diferentes em vários aspectos, são caminhos espirituais extremamente válidos e necessários para os dias de hoje, onde o regate da sacralidade da Natureza se faz cada vez mais necessário num mundo de posse e exploração Dela pelo humano. São caminhos que buscam compreender e interagir melhor com as necessidades do planeta e dos seres que nele vivem - humanos incluídos.

OBSERVAÇÃO: Como prometido um texto sobre Wicca. Foi bem mais, relembrando alguns aspectos do druidismo colocado no outro texto, sim, esse texto é daquele mesmo site e publicado pela mesma pessoa. Só tenho a agradecer pela disponibilidade desse texto <3 Eu disse que iria publicar sobre Mitologia Nórdica, e vou! Mas o texto é um pouco grande e vou dividi-lo, vai demorar um pouco para eu publicar. Espero que tenham gostado, tenham um ótimo dia! :)
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A mitologia celta:





Os celtas não escreviam seus mitos, eles passavam de geração a geração através da tradição oral de seus bardos. Para os druidas, escrever seus mitos seria o mesmo que aprisionar seus espíritos. Portanto, contamos com outras formas de estudo de sua mitologia:
- as lendas foram resgatadas através dos registros feitos por monges copistas irlandeses que passaram as principais histórias celtas para o papel em belíssimos manuscritos;
- os mitos estão vivos até hoje através das tradições populares orais das terras celtas (principalmente Irlanda, País de Gales e Escócia).

Na Irlanda, o registro mais antigo da mitologia celta é o “Book of the Dun Cow”, que contém as sagas do herói Cuchulainn, escrito pelo monje Maelmuri, morto pelos vikings, em sua catedral, em 1106. Esse título se deve a um manuscrito do séc. VII, escrito por S. Ciaran sobre a pele de sua vaca de estimação.
O legado celta da Irlanda é muito forte e a mais direta fonte para estudos, pois os romanos jamais invadiram esse país. Preciosos manuscritos da mitologia irlandesa nos elucidam muito sobre a espiritualidade e sociedade celta. Alguns textos-chave são “O Livro das Invasões da Irlanda”, “O Roubo do Gado de Cooley”, “A Cartilha do Sábio”, “A Batalha de Moytura”, entre outros.

Na mitologia britânica temos o Mabinogion, uma coleção de 11 contos galeses conservados nos manuscritos “White Book of Rhydderch” e “Red Book of Hergest”, dos sécs. XIII e XIV. Mabinogion é o título dado por lady Charlotte Guest, em 1849, quando ela fez a tradução dos manuscritos para o inglês. Erroneamente, ela achou que essa palavra era o plural de mabinogi (“conto de infância”, isto é, uma lenda da concepção, do nascimento e da iniciação de um herói celta). Além disso, apenas os 4 primeiros contos são relatos desse tipo e pertenciam a um mabinogi original. Os outros 7 contos foram incluídos depois e não são relacionados e esse tema.

Sobre os contos populares, estes estão, infelizmente, fadados a morrer junto com a tradição popular oral, que vai sendo substituída mais e mais pelo advento da televisão e sua cultura global, inclusive nas zonas rurais outrora celtas. Algumas dessas histórias são claramente uma preservação dos mitos e lendas da antiga classe governante celta. Eruditos preservaram muitas delas ao registrarem tudo que ouviram de contadores de histórias e trovadores/bardos.

A natureza da mitologia celta remete ao papel dos bardos - sacerdotes e professores responsáveis pela conservação e perpetuação da história de seu povo. Assim, através de sua mitologia, temos acesso às preocupações e costumes de sua sociedade. Pelas lendas e mitos celtas, podemos afirmar que eram um povo com paixão pela beleza, visto que são fartas as descrições das vestes e adornos do heróis, heroínas e deuses. Guerreiros com vestes coloridas e cabelos eriçados, heroínas com cabelos ricamente trançados e usando muitas joias são comuns a várias histórias. Era um povo também aficionado pelos mistérios da Natureza: as magias e jornadas misteriosas aconteciam sempre durante caçadas, nas florestas ou através de viagens pelos mares. Animais falantes são comuns, outra vez remetendo ao xamanismo entre os celtas.
Os mitos também são tidos como um tipo de explicação para os mistérios da religiosidade. No caso dos celtas, vemos que as lendas celebram a imortalidade (amores que perduram após a morte, cabeças de heróis que possuem poderes e sabedoria, etc) e assim encorajam a força de uma sociedade guerreira. A certeza da imortalidade fez dos celtas guerreiros destemidos. As constantes visitas ao Outro Mundo nas lendas refletem os costumes de ritos de transição, como também a celebração da ciclicidade da Natureza, bastante presente nessa sociedade que se baseava na passagem das estações do ano, tanto na vida diária, como na religião. Na verdade, os celtas pouco separavam a religião do dia-a-dia, pelo contrário: um fazia parte indivisível do outro.

Outra característica da mitologia celta é a presença de elementos e personagens históricos em suas lendas. Para os bardos, história e lenda eram instrumentos de mesma natureza, usados para preservar a memória popular, portanto, especula-se que um grande número de heróis e heroínas celtas tenham realmente existido e seus atos tenham sido tão marcantes que foram preservados pelos relatos e pelas canções bárdicas.
A mitologia celta vivia tão entrelaçada ao cotidiano do povo que, mesmo com a chegada do cristianismo, foi impossível sua destruição. O que ocorreu foi que o cristianismo acabou por incorporar os mitos. O deus único cristão teve de dividir a adoração com inúmeros santos, alguns deles deuses pagãos cristianizados, outros antigos druidas santificados. O exemplo mais conhecido dessa “incorporação” é a história de Santa Brígida que entre os celtas pagãos era a deusa Brigit da tríplice chama, uma Tuatha Dé Danann (tribo de poderosos deuses irlandeses). Até hoje é mantido aceso no santuário de Santa Brígida um fogo sagrado, cuidado por freiras. O culto a essa deusa em terras irlandesas era tão poderoso e forte que foi inviável abafá-lo e ele sobrevive até os dias de hoje na forma da santa com seu fogo sagrado que jamais se apaga.

OBSERVAÇÃO: Texto escrito por: Andréa Guimarães. Seu blog: http://www.druidismo.com.br/index/Os_Celtas/Os_Celtas.html

O último texto sobre celtas, eu, infelizmente, tive que excluir. Aquele texto não era confiável, porém, volto com esse que é muito bom, mesmo pequeno. Amanhã vou publicar um documentário sobre mitologia celta e depois um texto sobre Wicca. Esperto que tenham gostado :3 Agora vou escrever mais um texto sobre Mitologia Nórdica :)

mulher na sociedade Viking, Homenagem para o dia das mães:

Os Vikings eram uma sociedade de grande desigualdade social. Mas foi, também, a sociedade que mais promoveu a emancipação feminina de sua época. As mulheres se casavam entre os 12 e 16 anos de idade. Apesar de não escolherem o casamento, tinham direito ao divórcio caso o marido lhes traísse, maltratasse a elas ou aos seus filhos, fosse preguiçoso ou não provesse bem a família. Para isso, bastava que a mulher chamasse uma testemunha e proclamasse, em frente à cama do casal e à porta de casa, que estava se divorciando de seu marido.


“A mulher Viking tinha muito mais direitos que qualquer outra mulher europeia de seu tempo”, diz a pesquisadora. Após o casamento, tudo que ela levasse para sua nova casa era seu, e não propriedade do marido, e isso incluía o dote. Os filhos de mulheres livres eram protegidos por lei e reconhecidos como propriedade da mãe. Mesmo depois do divórcio, os filhos não podiam ser tirados da mãe pelo pai. As esposas também não eram tratadas como propriedades dos maridos, mas quase como iguais.

A chave era delas

Os Vikings eram enterrados junto aos seus pertences, o que levou os pesquisadores a descobrirem um importante símbolo de poder entre as mulheres: a chave. Quando os homens partiam em expedição, as mulheres tornavam-se as chefes de família. “A posse da chave era um sinal de autoridade e responsabilidade da mulher”, diz. Às mulheres, ficava a responsabilidade pela casa, a fazenda e a guarda dos mantimentos. Eram elas que tinham a função de organizar as festas, preparar as bebidas e servir os convidados, além da tecelagem e da feitura de roupas. Algumas eram proprietárias de terras, responsáveis pelas plantações e ainda negociavam com mercadores. Nas escavações, com os restos de qualquer homem Viking essa chave jamais foi encontrada. As mulheres mantinham-na pendurada em um broche preso à roupa, sempre do lado esquerdo do corpo.
fonte:Persona Mulher
#Nimue

Kostr: O casamento viking:


O casamento na Era Viking era essencialmente um contrato entre duas famílias. Segundo o historiador Jesse Byock, o kostr (“casamento”) solidificava alianças grupais (vinfengi), evitava disputas e as temidas vinganças de sangue.


O casamento de uma mulher solteira no mundo nórdico era obtido pela negociação entre as duas famílias – a do futuro esposo e a do pai ou guardião da mulher. O kostr era organizado em duas etapas: o noivado e o matrimônio (brullaup). A iniciativa partia do noivo ou de seu pai, que realizava a proposta para o pai ou guardião da noiva. Se este último ficasse satisfeito, o pretendente prometia pagar um preço pela noiva (mundr). Na Islândia, o preço mínimo seria 8 onças de prata (1 onça: 28,349 g), na Noruega 12. Em troca, o pai da noiva prometia levar o dote (heimanfylgja) após o matrimônio.

Tanto o pagamento pela noiva quanto o dote eram incorporados ao patrimônio da mulher. Os dois homens (o noivo e o guardião) apertavam as mãos em frente a duas testemunhas e marcavam a data para a celebração do matrimônio. O consentimento da mulher poderia ser consultado, mas geralmente isso não era necessário. Viúvas tinham mais liberdade e respeito que as mulheres solteiras. Mas nem a idade nem a falta de virgindade eram empecilhos para o casamento.

O matrimônio tomava a forma de uma festa, usualmente na casa da família da noiva. A união era considerada judicialmente legal quando o casal tinha sido visto junto por pelo menos seis testemunhas. O vestido da noiva era preparado por jovens adolescentes de várias famílias, compreendendo bordados e detalhes vistosos. A noiva também usava uma coroa, geralmente de flores, adereços de prata, cristais de rocha e bronze. Anéis de ouro também eram de uso comum. Seis meses antes da festa, preparavam-se bebidas, entre elas o mjoðr (“hidromel”), advindo o termo “lua de mel” para o período após a celebração.

Na cerimônia, eram comuns os rituais utilizando espadas ancestrais, com o noivo recitando sua linhagem e a sabedoria do clã. Entre os karls/bóndis (fazendeiros), era comum a utilização do mjöllnir, o martelo de Þórr, para prover a fertilidade da noiva. O dia mais requisitado para a celebração era a sexta-feira, o dia de Frigg (“a bem amada”) – a esposa de Óðinn, guardiã do lar, protetora da gravidez/maternidade e dos casamentos.

fontes:
BYOCK, Jesse. Viking Age Iceland. London: Penguin books, 2000. p. 132-135, 214-218.
BRØNDSTED, Johannes. Os Vikings. São Paulo: Hemus, [s.d.], p. 281-285.
GIBSON, Michael. Os Vikings. São Paulo: Melhoramentos, 1990. p. 42-43.
HAYWOOD, John. Encyclopaedia of the Viking Age . London: Thames and Hudson, 2000, p. 175-176, 210-211.
MARRIAGE. chapter XLIV. In: Viking Troth.
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Mitologia Nórdica- Skoll e Hati:

Na mitologia nórdica, Skoll (antigo nórdico "Traidor") e Hati (antigo nórdico "Odioso") são dois lobos gigantes, filhos de Fenrir com uma giganta, que segundo o Völuspá e o Gylfaginning, é Angrboda - mãe de Fenrir e portanto, sua avó. Skoll persegue o Sol diariamente, enquanto Hati persegue a Lua. 



História

No início dos tempos, Odin, o Pai-De-Todos, colocou o Sol e a Lua em carruagens mágicas para voarem através do céu. O deus disse ao Sol e a Lua para tomarem os seus carros e viajarem por todo o céu uma vez por dia, mas não foi assim que aconteceu.

O Sol gostava de assistir as ondas quebrarem na praia, então ele mantinha o Sol por horas perto da Terra. Tanto calor transformou a terra em um deserto, e deixou o resto do mundo escuro e frio. A Lua gostava da visão das florestas profundas, e ela amarrava seus cavalos por horas a fio. Além disso, os animais, as pessoas e até mesmo os deuses não sabiam quando acordar e quando dormir.

Os deuses enviaram mensageiros até o Sol e a Lua, e ofereceram-lhes presentes de ouro e jóias, mas os astros apenas riram.

-"Nós brilhamos mais intensamente do que o ouro ou jóias!", disse o Sol.

Odin ainda ameaçou-os com a sua lança mágica, Gungnir, mas o Sol e a Lua sabiam que os deuses precisavam que eles viajassem por todo o céu. Como eles estavam encarregados desse trabalho, eles iriam fazê-lo do jeito que eles quisessem. Além disso, se os deuses atacassem as suas carruagens, eles poderiam destruir o Sol e a Lua para sempre.

Loki, o deus da trapaça, sorria enquanto observava Odin e os outros deuses irados com a atitude do Sol e da Lua. Mas seu sorriso transformou-se em uma carranca quando ele percebeu que o Sol tinha parado sua carruagem. Foi logo acima do vulcão onde vivia Surtur, o gigante de fogo. Loki tramava esgueirar-se na montanha de Surt e roubar o seu diamante de fogo, uma enorme e bela jóia feita de fogo vivo. Agora, com o sol sempre brilhando, os gigantes que guardavam a montanha ficariam sempre acordados, e Loki não poderia esgueirar-se entre eles.

Loki estava pensando em seus problemas, enquanto caminhava por uma floresta. Ele estava longe do Sol e as árvores estendiam longas sombras sobre o chão. De repente, Loki ouviu um som rosnando. Ele rapidamente subiu em uma árvore e viu um par de lobos perseguindo um veado exausto através da floresta. Então Loki teve uma idéia. Ele sabia que há lobos comuns não serviriam para o seu plano, por isso, ele viajou até Ironwood, uma terra de gigantes e árvores tão fortes como o aço. Lá ele encontrou dois lobos gigantes, Skoll e Hati.

Loki foi para a floresta e disparou em um cervo com seu arco. Ele assou sua carne com alho e cebola, e a levou para a caverna dos lobos.

-"Eu tenho um presente para vocês!", disse Loki, dando-lhes a carne.

As criaturas devoraram toda a carne em uma única mordida. Eles nunca tinham provado carne cozida e especiarias antes.

-"Mais! Queremos mais! Traga-nos mais!", rosnaram.

-"Eu não posso ajudá-los com isso, mas eu posso lhes dizer onde encontrar um pouco mais de carne como esta.", disse Loki.

Loki levou os lobos para fora e apontou para o Sol e a Lua, imóveis no céu.

-"Aquele é o lugar onde vocês vão encontrar mais carne como essa!", disse Loki.

-"Grrr que bem isso fará para a gente? Não podemos voar!", disse Skoll.

-"Agora eu posso ajudá-los a chegarem lá!", disse Loki, e dizendo isso, ele tirou a bolsa de pó de vôo que ele havia roubado de Odin e espargiu-o sobre cada um dos lobos. Com isso, os lobos gigantes partiram rumo ao céu.

"Grrr, eu quero o Sol!", rosnou Skoll.

"Tudo bem, mas eu fico com a Lua!", disse Hati.

Quando o Sol e a Lua viram os lobos vindo em sua direção, eles recomeçaram imediatamente a guiar seus carros pelo céu. Daquele dia em diante, o sol cruza o céu para fazer o dia, e a lua a noite, e todas as partes do mundo obtém pelo menos alguma luz e alguma escuridão, então animais, pessoas e deuses passaram a saber quando dormir.

Em algumas épocas do ano, o Sol se move mais rapidamente sobre o céu e em outras vezes, ele se move mais lentamente. Isso ocorre porque, durante o horário de verão, quando sopra o vento sul, Skoll se cansa, e sua pele se sente quente, então ele fica mais lento. Mas quando sopra o vento norte, e ventos frios flutuam sobre o mundo e o céu, Skoll sente mais forte e persegue o sol ainda mais rápido do que antes, fazendo os dias de inverno serem muito mais curtos do que os nossos dias de verão.

A perseguição dos lobos aos astros celestes perdurará até a chegada do Ragnarok, quando eles irão finalmente conseguir engolir o Sol e a Lua. Após isso, o lobo Fenrir, irá conseguir se libertar do laço mágico Gleipnir e irá matar Odin.


OBSERVAÇÃO: Texto muito interessante não queridos(as)? Ficou um pouco longo mas vale a pena essa leitura. Espero, como sempre, que tenham gostado! Créditos eternos pela equipe do Blog: Portal dos Mitos! Sempre trazendo muito material bom e confiável! Deixando o link deles aqui para vocês: http://portal-dos-mitos.blogspot.com.br/?m=1
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