domingo, 30 de agosto de 2015

As deidades no druidismo:









"O conceito atual de deuses/deusas em muitos casos não se encaixa à maioria das deidades celtas, que devem ser vistas como espíritos - do local, ou da natureza, ou de ofícios, não importa. A questão é que, para muitas pessoas, um espírito seria inferior a um deus ou uma deusa. Não é assim. Um deus ou deusa É um espírito."

O druidismo é uma religião politeísta e seus deuses e deusas não possuem hierarquias ou conceitos de dominância como se encontra na mitologia grega, por exemplo. Tampouco possuem um único atributo, como "o deus da guerra" ou "a deusa do amor". Os deuses dos diversos panteões celtas (praticamente cada tribo possuía um panteão próprio) têm múltiplas faces, atributos e características. Nenhum deles é totalmente bom ou mau, mas desempenham diversos papéis. Não são apenas bons ou apenas maus, mas possuem tanto potencial para o bem como para o mal. Não há a dicotomia de que estamos acostumados, mas sim o equilíbrio de forças negativas com positivas. Os deuses podem ser ao mesmo tempo benevolentes e cruéis: assim como uma chuva que cai sobre a Terra pode ser uma benção quando os campos estão ressequidos ou então uma desgraça quando causa enchentes e destruição. Como curiosidade, vale observar que muitas deidades associadas à guerra/batalha são femininas, enquanto que muitas deidades da fertilidade são masculinas.

Os deuses celtas apresentavam inúmeras diferenças com relação aos de Roma e da Grécia. Em primeiro lugar, não tinham aspecto físico, era impensável representá-los sob uma aparência humana. Todos sabiam que tratavam-se de puros espíritos. Senão, basta recordar o explodir do formidável riso do chefe gaulês Breno, por ocasião da tomada do templo de Delfos, quando ele se deu conta de que os deuses do Olimpo estavam ali representados por estátuas antropomórficas. O prestígio que a cultura grega tinham até então tido para ele não sobreviveu à constatação. Foi somente sob a ocupação romana que, para agradar ao invasor, os gauleses, que haviam se tornado galo-romanos, começaram e esculpir estátuas e baixo-relevos nos quais davam a suas divindades aspecto humano.

Os deuses celtas não viviam em comunidade, num habitat coletivo do tipo do Olimpo: eles dividiam entre si as grutas, os dolmens, os túmulos, as fontes, o interior das montanhas. O conjunto dessas moradas constitui o Outro Mundo, universo maravilhoso de felicidade e paz, que os irlandeses chamavam de sidhe. Aliás, os habitantes do sidhe não eram unicamente deuses e deusas. Todos os seres sobrenaturais faziam parte dele, inclusive os mortos. (...) para os antigos celtas, os falecidos iriam encontrar, num mundo melhor, as pessoas divinas, equivalentes a anjos e espíritos." (Yann Brekilien, celtista da Faculdade de Rennes)

Os deuses dos druidas são definidos de 3 maneiras:
- são os ancestrais do povo, divinizados ao morrer;
- são espíritos da Natureza e fenômenos metereológocos (rios, colinas, relâmpagos, chuvas, etc), bem como espíritos patronos de um ofício (das artes, do trabalho, etc);
- são seres poderosos que não possuem corpo físico (deuses literalmente)

Os druidas não adoram os deuses, procuram desenvolver com eles um relacionamento pessoal baseado em honra, amizade, reconhecimento e laços de hospitalidade, como fazemos com nossa família. Assim era com os celtas em tempos antigos, assim continua hoje entre os druidistas e druidas modernos.

OBSERVAÇÃO: Para quem leu aquele primeiro texto que eu publiquei sabe que aqui é relembrado alguns aspectos. Essa: ''não relação'' com os Romanos, podemos lembrar da rainha celta: Boudicca, onde ela e mais outras tribos, como os trinovantes, fizeram um levante contra as forças romanas que ocupavam a Grã-Bretanha em 60 ou 61 d.C. Durante o reinado do imperador Nero. Preciso passar o texto sobre ela no blog e depois eu posto aqui Emoticon heart Espero que vocês tenham gostado!
Texto publicado por: Andréa Guimarãe
acesse nossa página:  https://www.facebook.com/jarlseaeramedieval

Nenhum comentário:

Postar um comentário