quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Mitologia Celta- Os druidas:

''Mas o destino, como Merlin sempre nos ensinava, é inexorável. A vida é uma brincadeira dos Deuses, costumava dizer Merlin, e não existe justiça. Você precisa aprender a rir, disse-me ele uma vez, ou simplesmente vai chorar até morrer.'' - O Rei do Inverno

 
Os druidas eram os sacerdotes e filósofos dos celtas. Acredita-se que seu nome se deriva da palavra celta ''derw'', que significa carvalho, porque a veneração por essa árvore era um ponto essencial de sua religião. Os
druidas são tão antigos como os brahamanes da índia, os magos do Oriente e caldeus, e demais filósofos famosos da Antiguidade. Eram os árbitros soberanos de tudo que tinha relação com a religião e formavam um corpo muito numeroso, como também poderoso. Existia um chefe chamado O Grande Druida, com residência em Bretanha, lugar em que se aprendiam os mistérios mais reservados. Seu princípio fundamental era não deixar nada escrito, pois toda sua ciência se encontrava compreendida em uma série de composições poéticas que memorizavam e que continham todos seus mistérios, por isso pouco conhecidos. Seu principal dogma era a imortalidade da alma. 

Em todos os países celtas, o druida desempenhava um papel primordial na sociedade: aconselhava o rei, ensinava ciências, sobressaía-se na medicina e na astronomia. Era também o padre, o juiz e a memória do povo. Sabiamente, não deixou escritos para testemunhar sua generalidade.

Uma comunidade de sábios deixa poucos traços materiais de sua existência. Para fazer a reconstituição da história dos druidas e encontrar suas mensagens, dispomos apenas, infelizmente, do testemunho de autores a serviço do Império Romano e de lendas compiladas por monges irlandeses, gauleses e bretões da Idade Média. Documentos por vezes muito suspeitos, mas numerosos e de procedências bastante diferenciadas, eles permitiram que fossem feitas verificações, e algumas de suas informações foram confirmadas por descobertas arqueológicas. Assim, historiadores, linguistas e arqueólogos restabelecem, pouco a pouco, a herança perdida.

O prestígio dos druidas era imenso. Júlio César relatou que eles recebiam grandes honras, a ponto de serem dispensados do serviço militar e isentos de qualquer encargo, inclusive do pagamento de impostos. Os druidas certamente se ocupavam das tarefas da religião e presidiam os rituais públicos mas, magistrados respeitados, faziam igualmente com que fosse cumprida a justiça, regulamentando as diferenças entre particularidades ou entre povos. Não havia apelação contra as suas sentenças, e os imprudentes que não as respeitassem sofriam os rigores da interdição, eram banidos da sociedade  e totalmente excluídos de qualquer vida social.

Aplicavam-se no estudo da geografia e da astronomia, e em particular no movimento e na influência dos planetas, para assim profetizar o futuro. Plínio, filósofo grego, conta que um druida, antes de pegar uma planta, examinava a posição dos astros, e quem a pegava devia estar vestido de branco, com os pés lavados e descalços, e a eleição da mão a utilizar não era por acaso. Colhiam o "visgo" com muita veneração, como um de seus ritos, durante o mês de dezembro, que consideravam sagrado. Os adivinhos encabeçavam a marcha, entoando cânticos a suas divindades; depois, um arauto levava o caduceu, acompanhado de três druidas. Fechava a comitiva o chefe dos druidas, seguido por todo o povo, que subia ao carvalho e cortava o visgo com uma foice de ouro. Os sacerdotes recebiam-no com muito respeito e no primeiro dia do ano era repartido ao povo como algo sagrado. A água do visgo, segundo os druidas, dava a fertilidade e era uma defesa contra os venenos.
 
Nas lendas artunianas temos personagens como: Merlim, Nimue e Arthur. A seguir um pouco sobre esses personagens:

King Arthur's Statue
Arthur: Filho de Uther Pendragón e de Ingraine. Dizem as lendas que sua mãe foi uma das mulheres que escaparam da Atlântida, antes que esse continente fosse submergido pelas águas. Outras lendas contam que estava ligada por laços familiares com as fadas e com a Dama do Lago. Uther Pendragón descendia dos antigos reis britânicos. Arthur tomou-se rei da Grã-Bretanha quando tirou a espada de uma pedra; não era a Excalibur, como se pensa, mas sim um símbolo, de seu direito de governar, disposto por Merlim, que havia provocado o seu nascimento, disfarçando Uther, fazendo-o passar pelo marido de Ingraine — Gorlois — e mais tarde, Merlim converteu-se em seu conselheiro.
 
Merlim: Mago e custódio da linhagem dos Pendragón. Nascido de uma virgem que foi visitada por um espírito, Merlim Emrys foi descoberto pelos homens de Vortigern como a vítima perfeita para um sacrifício que ajudasse a fixar os cimentos de sua torre que vinha abaixo. Merlim falou da eterna batalha entre os dragões que se ocultavam sob os cimentos, em um relato que põe de manifesto a natureza racial desse tema. Pronunciou algumas profecias sobre a Grã-Bretanha em versos gnômicos e converteu- se no conselheiro de Ambrosius Aurelianus e de seu irmão Uther, e durante esse reinado, construiu magicamente Stonehenge. Arthur herdou Merlim como seu conselheiro mágico, somente por um tempo, antes que Merlim regressasse ao reino de seu pai para converter-se no guardião eterno da Grã-Bretanha, segundo as fontes mais antigas. Segundo fontes francesas, contam que ele foi sucumbido aos encantos de Nimue. Merlim foi o principal artífice da estratégia dos Pendragón e o guardião oculto da Terra que, em tempos mais antigos, foi chamada Clas Merlim ou Recinto.


illustration: Nimue by Denise Garner

Nimue: Chamada às vezes de Viviane. Era a filha de Dionas, um Cavaleiro devoto de Diana. Nimue assimilou a figura da Dama do Lago em algumas tradições posteriores. Merlim ensinou-lhe as artes mágicas e acabou amando-a, segundo Malory, de maneira que Nimue conseguiu lhe atrair até uma grande rocha, na qual Merlim ficou preso sob ela.

Druidas- Seu último refúgio: a Irlanda

Para muitos deles, reagrupados em comunidades, o exílio britânico terminou no ano de 61, na terrível matança da ilha de Mona (na época, um grande  colégio druídico, hoje é a atual Anglesey), onde homens, mulheres e crianças foram assassinados, e da qual o historiador Tácito nos deixou uma terrível descrição, antes de concluir: "Colocou-se então uma guarnição nas casas dos vencidos e foram destruídas suas madeiras consagradas a cruéis superstições". Só restou aos druidas um único refúgio, aquele que permaneceria inviolado e inviolável enquanto seus habitantes respeitassem seus deuses: a Irlanda. Foi então que a lenda se misturou estranhamente à história.

Eles aterrizaram na Irlanda numa segunda-feira, quando da festa de Beltane. Chegaram sem navios ou barcos, sobre sombrias nuvens somente com a força de seu druidismo. Trouxeram com eles a Pedra Lia Fail, a Pedra do Destino, para o Ônfalo (umbigo) do Mundo que ficava em Tara, centro sagrado da Irlanda; trouxeram também a Lança de Lug, a espada de Nuada e o Caldeirão do Dagda: objetos fabulosos que se encontram sob diversas formas em todas as lendas da tradição celta. "Os Tuatha Dé Dánann estavam nas Ilhas do Norte do Mundo, aprendendo a ciência e a magia, o druidismo, a sabedoria e a arte. E ultrapassaram todos os sábios das artes do paganismo." (A Segunda Batalha de Mag Tured" - ou Moy Tura, traduzido para o francês por C. J. Guyonvarc'h).

Essas três palavras, Túatha Dé Dánann, significam Tribo da Deusa Dana. Mas o historiador irlandês Geoffrey Keating forneceu, no século 17, outra explicação, coincidente com a teoria das três funções, fundamento da sociedade indo-européia e, consequentemente, da sociedade celta (nobres/sacerdotes/artesãos), segundo Georges Dumézil: "Outros dizem que eles se chamam Túatha Dé Dannan devido aos três grupos que formavam quando vieram para a Irlanda nessa expedição. O primeiro bando, que se chamava Túath, tinha a posição de nobreza e comando das tribos. (...) O segundo bando era o que se chamava de Dé (deuses) assim com eram seus druidas. O terceiro bando, que se chamavam Dánnan, era o das artes ou das técnicas ." (...)

As lendas são verdadeiras, tão verdadeiras quanto a história.

Júlio César, informado por seus espiões, afirmou: "Acredita-se que sua doutrina nasceu na Grã-Bretanha e dessa ilha foi para a Gália". 

OBSERVAÇÃO: Boa tarde/noite/dia, guerreiros e valquírias! Tudo bem? Bom... fiz esse texto para vocês, onde eu peguei duas fontes, disponível aqui em baixo :) Como vocês podem perceber, algumas histórias artunianas escrevem: Merlin, com ''M'' no final, ou, Artur, com ''H''. Usei como referencia, uma citação de uma livro especial que eu SUPER indico para a leitura: O Rei do Inverno. Agora vou deixar uma parte da nota histórica desse livro ( O Rei do Inverno), para vocês sobre Artur:

'' Podemos saber muito pouco sobre Artur, mas podemos deduzir muito da época em que ele provavelmente viveu. A Grã- Bretanha nos séculos V e VI deve ter sido um lugar medonho. Os romanos protetores tinham partido no inicio do século V, e com isso os britânicos romanizados foram abandonados a um círculo de inimigos temíveis. Do oeste vinham os saqueadores irlandeses que eram celtas, parentes próximos dos britânicos, mas que mesmo assim eram invasores, colonizadores e escravagistas. Ao norte ficava o estranho povo das Terras Altas da Escócia, sempre pronto a vir para o sul em ataques destruidores, mas nenhum desses inimigos era tão temido quanto os odiados saxões que primeiro atacaram, depois colonizaram e em seguida capturaram o leste da Grã- Bretanha, que como tempo, capturaram o coração da Grã- Bretanha e mudaram seu nome para Inglaterra.'' - Bernard Cornwell, nota histórica, pág. 541 ( O Rei do Inverno) 

Espero que tenham gostado, não deixem de entrarem nos links! Lembrando que eu escrevo textos motivadores. Se caso você quiser saber mais, é só estudar sobre o assunto ;) Outra observação EXTREMAMENTE importante: existem DIVERSAS histórias/éstorias sobre o Rei Artur. Por favor, pesquisem! Eu, particularmente, amei o trabalho do Cornwell, mesmo ele criando alguns personagens fictícios. Espero ter ajudado! Ah... agora vocês sabem o porque do meu ''#Nimue''.

Fontes:
http://www.druidismo.com.br/index/Druidismo/Entries/2010/10/11_druidas%2C_os_sabios_da_floresta.html
 
Raimonde Reznikov *
Tradução de Enviar Serapicos
(publicado na revista "História Viva" - Duetto Editorial - www.duettoeditorial.com.br/)

* Raimonde Reznikov é especialista em tradições indo-européias

http://www.luzdegaia.org/downloads/livros/diversos/Avalon_e_o_Graal_H.Gerentadt.pdf
#Nimue
 

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